sábado, 2 de setembro de 2017

Casa Flor Paquetá

Paquetá faz parte da memória afetiva do Carioca. E foi juntando a fome com a vontade de passear que atravessamos a Baía para um delicioso programa com feijoada.

 
 

Paquetá está nos versos de João de Barros e nas letras de músicas de Luiz Melodia e dos parceiros João Bosco e Aldyr Blanc.

Paquetá é um bairro do Rio pertencente à subprefeitura do Centro. E ponto. Nenhum outro link com o frenesi da cidade. Tudo tem outro tempo e portanto o melhor a fazer é se adequar ao relógio assim que chegar.

Paquetá é como o Corcovado. Está ali pertinho e de fácil acesso, mas o Carioca é displicente e só vai quando está recebendo algum amigo de fora. E quando lá chega, se encanta e fica repetindo: por que demorei tanto a voltar ?

Levante a mão quem nunca fez um picnic em Paquetá ? Ou quem não nutre o desejo de passar o dia por lá pedalando ?

 
 

Já venho um tempo paquerando o programa pois havia uma feijoada de camarões com roda de samba que muito me interessava.

Pesquisando na rede caiu o peixe da Casa Flor que integra um grupo de moradores organizados ativamente para defender a cultura local, gastronomia inclusa.

Todo primeiro final de semana do mês a Casa Flor prepara sua feijoada na lenha e servida à beira da piscina emoldurada por plantas e flores. Quem prepara é a Flor, como é carinhosamente chamada a Thais pelo marido Marcelo.

 
 

Uma feliz decisão de um casal de moradores do continente, ambos com histórico familiar e de amigos na ilha, os incentivou a mudar. E que mudança ! A Casa Flor é um espaço multicultural que abriga eventos diversos para o público local e visitantes.

Pedimos antipasto para abrir o apetite enquanto degustamos a bela cerveja artesanal Paquetá, uma golden ale com amargor equilibrado e aromas de damasco e laranja produzida em Nova Friburgo. Do bar sai também uma excelente caipirinha de lima com Boazinha preparada pelo Fábio.

 
 

A feijoada é preparada com muito carinho e a Flor não desgruda dos panelões. Vc pode escolher as carnes da sua preferência que chegam derretendo especialmente a costelinha. Gostamos muito de tudo o que vimos e provamos. Programinha para repetir e de preferência dormindo na ilha que conta com boas opções de pousadas.

 
 
 

A tranquilidade e segurança na ilha tem fomentado eventos diversos e atraído público do continente. No dia do passeio estava programado o bloco Boto Marinho que arrastou desde a barca animados e ansiosos foliões para o carnaval fora de época. Seria o início da Miquetá ?

 

Esqueça por momentos seus cuidados
E passe seu Domingo em Paquetá
Aonde vão casais de namorados
Buscar a paz que a natureza dá

O povo invade a barca e lentamente
A velha barca deixa o velho cais
Fim de semana que transforma a gente
Em bando alegre de colegiais

Em Paquetá se a lua cheia
Faz renda de luz por sobre o mar
A alma da gente se incendeia
E há ternura sobre a areia
E romances ao luar

E quando rompe a madrugada
Da mais feiticeira das manhãs
Agarradinhos, descuidados
Ainda dormem namorados
Sob um céu de flamboyant
s

Fim de Semana em Paquetá por João de Barro e Alberto Ribeiro

Serviço:
Casa Flor
Rua Alambari Luz, 725
Tel  (21) 3397-2227

R$ 76, a feijoada para 2 (serve 3)
R$ 20, o prato de antipasto
R$ 20, a cerveja Paquetá
R$ 18, a caipirinha de Boazinha
R$ 12, a cerveja Original

https://www.facebook.com/casaflor.paqueta/

Informações de Paquetá
http://www.ilhadepaqueta.com.br/paqueta.htm

Um pouco de História...

Apesar da sua descoberta em 1555 e o início da colonização 10 anos depois, foi a partir de 1808 com a vinda regular de Dom João VI que a localidade tem notoriedade.  O percurso regular das barcas a partir de 1838 e o sucesso do romance A Moreninha de 1844 também trouxeram a ilha novos ares.

A colonização da Ilha de Paquetá é tão antiga quanto à da Cidade do Rio de Janeiro. O fato de ser uma ilha com seu isolamento geográfico, aliado à legislação de preservação, contribuíram para que boa parte de seu acervo arquitetônico fosse preservado.

A chegada de D. João VI a Paquetá, em 1808, no mesmo ano em que a Família Real vem para o Brasil, eleva a ilha a um relevante status cultural junto à Corte e à população da cidade. Paquetá assumia o papel de centro político.

Vários nobres e personalidades importantes passaram a frequentar ou mesmo morar em Paquetá, como José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, que em 1829 afasta-se da Corte por motivos políticos e se exila em Paquetá.

No final deste século, a ilha passaria pelo que foi, provavelmente, o seu momento mais difícil: A Revolta da Armada.

Em 1893, a Marinha de Guerra deflagrou um movimento insurrecional contra o governo do Marechal Floriano Peixoto. Paquetá foi, involuntariamente, base de operações para os revoltosos, ficando isolada do Rio de Janeiro por seis meses.

A Moreninha

O romance A Moreninha é considerado o primeiro romance romântico brasileiro. Apresenta uma linguagem simples, um enredo que prende o leitor com algum suspense e um final feliz típico dessa fase do movimento do Romantismo. A obra remonta o cenário da alta sociedade carioca em meados do século XIX. Joaquim Manuel de Macedo ganhou notoriedade na corte carioca, pois a obra caiu no gosto do público.

A idealização do amor puro, que nasce na infância e permanece apesar do tempo, é uma das principais características que enquadram a obra como romântica. Além disso, a menção à tradição religiosa (festa de Sant’Ana), o sentimentalismo e caracterização da natureza através da ilha, da gruta e do mar contribuem para montar o cenário do amor romântico entre Augusto e Carolina. 
 
"A fonte nunca mais deixou de existir, e há ainda quem acredite que por desconhecido encanto conserva suas virtudes: - Dizem pois que quem bebe d’essa água não sahe da nossa ilha sem amar alguém d’ella, e volta por força em demanda do objecto amado; e em segundo lugar, querem também alguns que algumas gotas bastam para quem bebe adivinhar os segredos de amor." 

A MORENINHA, de Joaquim Manuel de Macedo

Nenhum comentário:

Postar um comentário